terça-feira, 23 de julho de 2013

Para ordens absurdas existe a resistência... Governo do Estado faz ressurgir a Ditadura.

A chegada do Papa Francisco no Rio de Janeiro marcou um excessivo aparato de segurança da Polícia Militar, Bope, Exercito Brasileiro, incluindo a presença da Guarda Municipal e até seguranças à paisana. Muito embora, houve falha na segurança e logística do Pontífice, a preocupação a que tudo indica era outra. 





Por volta das 14h, desta segunda-feira de 22/07/2013, ao caminhar pelos arredores do Palácio da Guanabara, me espantei com a quantidade de policiais convocados para a recepção do Papa. Não, que não haja necessidade de segurança para receber um chefe de Estado, mas havia um desconforto no ar. 

Aproximei-me de vários policiais explicando que a Polícia não poderia se portar tão despreparada, como tem se mostrado nos últimos episódios das manifestações. Bem como, que os mesmos faziam parte do povo oprimido e que o inimigo atual era o Governador, cujos envolvimentos em escândalos estavam estampados nas principais páginas dos jornais. Alguns desses policiais, os mais jovens, me ouviram atentamente inclusive manifestando suas insatisfações. Obviamente, a desculpa era a mesma: "Cumprimos ordens". De pronto retruquei discordando da insensata subordinação, eis que citei o episódio do Capitão Sérgio Macaco na época da Ditadura Civil Militar, quando se recusou a cumprir a ordem absurda do Brigadeiro Burnier para explodir o Gasômetro. 

No entanto, para minha surpresa a maioria desconhecia essa triste parte da nossa história. O debate permaneceu com o esclarecimento que a militarização da polícia se inciou na mesma época, objetivando claramente a repressão. Assim, como a polícia não pode se organizar por sindicatos para exercer suas reivindicações salariais, ou seja, eram calados e ordenados a coibir os protestos democráticos contra sua própria classe social. 

Dado o interesse de alguns, em me ouvir atentamente, eis que surge ordens para que eles permanecessem calados. Numa total demonstração de arbitrariedade. Pena que não há organização sindical para tal categoria que permanece alheia aos seus direitos. 



Assim, segui adiante observando suas ações em interdição das vias de acesso ao Palácio. Pude constatar que alguns grupos recebiam orientações estratégicas. Mas, o mais estarrecer foi testemunhar que a população civil que ali estava aguardando a chegada do Papa desprezam a Policia Militar. Vaias ecoam de poucos jovens que nada tinham de interesse nas manifestações. 




O Governador Sérgio Cabral reduziu a corporação ao descrédito e ao desrespeito da população com sua conduta imoral diante das denúncias de corrupção, tendo em vista as ordens absurdas de impor violência desmedida aos nossos jovens que protestam e reivindicam legalmente sua cassação. 

Outro fato bastante curioso, foi a constatação dos próprios manifestantes em protestar diretamente sua insatisfação contra o Governador e tampouco, protestaram diretamente ao Papa Francisco. Mas, ousadamente após a saída do Pontífice um grupo de policias à paisana infiltrados iniciou os tumultos. Deixando claramente que os tais "vândalos", conforme nomeados pela mídia oficial, não passam de personagens engendrados pelo próprio Governador.  


 

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