segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Marcha das Vadias no Rio...


"A Marcha das Vadias levou centenas de pessoas às ruas de Copacabana neste sábado. A passeata, que é uma forma de protesto contra a violência sexual, acontece em diversas cidades no Brasil. No Rio de Janeiro, a marcha partiu do Posto 4, em Copacabana (Zona Sul), e seguiu até a 12ª DP (Copacabana). Segundo a Polícia Militar, o protesto reuniu cerca de 500 pessoas. Uma das manifestantes causou tumulto ao tirar a camisa em frente à Igreja Nossa Senhora de Copacabana, onde parte do grupo tentou entrar durante uma missa.

A Polícia Militar  interveio e um policial chegou a disparar  gás de pimenta para dispensar os manifestantes, mas ninguém foi preso ou ficou ferido. No início da caminhada, houve um desentendimento entre participantes do movimento e membros da Guarda Municipal, que queriam proibir a manifestação na Avenida Atlântica alegando que atrapalharia o trânsito. O problema foi solucionado com a chegada da Polícia Militar e a marcha seguiu em duas faixas da via. 

Além das mulheres, que optaram por pintar o corpo ou usar fantasias, muitos homens também aderiram à causa, participando da passeata com frases de apoio às mulheres.

A marcha  
A Marcha das Vadias ocorre simultaneamente em mais de 20 cidades do Brasil e do mundo, incluindo, Rio, São Paulo, Salvador, Porto Alegre e Toronto, no Canadá. Foi lá que o movimento começou, em resposta à uma declaração de um policial durante uma palestra na Universidade de Toronto. Ele havia sugerido às estudantes que evitassem se vestir como vadias para que não fosse vítimas de assédio.

As líderes do movimento argumentam que nenhuma agressão sexual pode ser justificada por roupas, comportamento ou pelo estilo de vida da mulher."

Com cartazes e palavras de ordem, mulheres vão às ruas simuntaneamente em todo Brasil, em passeata pacífica nomeada de Marcha das Vadias. No Rio de Janeiro, alguns incidentes marcaram o ato, mas nada que o impedisse. Inclusive, houve a adesão de homens.

Além, de representar todas as mulheres e ainda, as vítimas de violência, a Marcha das Vadias tem um importante papel de conscientizar a sociedade quanto aos direitos das mulheres. Trata-se aqui, de questão de Utilidade Pública, pois onde o Estado se faz omisso cabe o alerta.

Inúmeros são os casos de violência contra a mulher no Brasil, em que a Violência Física e/ou Feminicídio (morte das mulheres em razão do gênero), apenas aponta o último estágio da violência velada que se inicia com o assédio moral e psicológico. 
 
Tanto, as reivindicações das mulheres contra a violência, quanto a liberdade de expressão, são inteiramentes justas. Portanto, descabe qualquer ato de coibição por parte da Polícia Estadual, quiçá da Guarda Municipal que não tem competência alguma para atuar nesses casos, assim como em tantos outros arbitrariamente. 

As estatísticas são alarmantes comprovando que no Brasil:   

Oito mulheres são assassinadas todos os dias vítimas da violência doméstica; ganham 27% menos que os homens pelo mesmo trabalho realizado; uma em cada sete mulheres arriscam suas vidas com abortos clandestinos; é um dos maiores índices de lesbofobia no mundo; as negras são as maiores vítimas de violência contra a mulher; é o sétimo país que mais permite que suas mulheres sejam assassinadas e, a cada 15 segundos, uma mulher é vítima de violência.

O video adiante expõe de forma elucidativa o machismo da nossa sociedade.


"A violência física contra a mulher é só o último estágio de uma série de violências verbais, simbólicas, psicológicas e morais que atingem as mulheres todos os dias. Homens que estupram e agridem mulheres não são doentes: são fruto de uma sociedade profundamente machista que a todo momento estimula comentários que menosprezam, depreciam e agridem as mulheres, de forma tão naturalizada que muitas vezes nem percebemos. Para acabar com o machismo na sociedade é preciso, antes de tudo, encarar o machismo em nós mesmas/os. É por isso que dizemos, sem medo ou constrangimento:

Se ser livre é ser vadia, somos todas vadias!"

domingo, 27 de maio de 2012

Sem perder a ternura, jamais !!!

Conforme aponta a matéria abaixo, é evidente e comprovado cientificamente as diferenças entre os sexos, sejam diferenças neurológicas ou hormonal. No entanto, os homens por ignorarem tais diferenças não conseguem lidar com essas adversidades, até mesmo por sua natureza pragmática.

Pesquisas apontam, não somente a capacidade das mulheres em suportar a dor física mais do que os homens, como também, aptidão na realização de várias tarefas ao mesmo tempo. E, mesmo assim, com todas as atividades exaustivas cotidiana, ainda conseguem lidar com a desigualdade de gêneros SEM PERDER A TERNURA, JAMAIS !


 

Especialista fala das sutis diferenças entre homens e mulheres

Por Gardênia Cavalcanti

São muitas as situações relacionadas ao cotidiano feminino. Mulheres podem ser mães, esposas, namoradas, donas de casa e trabalhadoras, sem perder a ternura.
Um dos maiores psicanalistas do Brasil, Içami Tiba, com mais de 72 mil atendimentos em 35 anos de carreira e mais de 14 livros publicados, principalmente sobre educação familiar, escreveu o livro "Homem cobra Mulher polvo” da editora Gente. Na obra, ele fala sobre as diferenças entre as mulheres e os homens. Diferenças estas que, muitas vezes, podem causar sofrimentos.
Como entender esse universo? Como saber mapear os períodos hormonais e não confundir TPM com depressão? E como diferenciar a falta de vontade sexual com desinteresse pelo parceiro? São questionamentos diversos que o mundo feminino enfrenta diariamente. O médico e escritor relacionou algumas perguntas e respostas que simplificarão o cotidiano feminino, explicando melhor essa diferença:

Por que as mulheres falam mais que os homens?
Na mulher, a região cerebral responsável pela fala é mais ativa que no homem. Isso é comprovado pelo exame de ressonância magnética do cérebro. Por ter mais capacidade de falar do que o homem, a mulher acaba usando integralmente essa capacidade e falando mais mesmo.

Por que mulher estressada precisa falar, mesmo que não seja ouvida?
A mulher se alivia do estresse conforme deixa as palavras saírem pela boca. É como se ela precisasse descarregar as palavras, evitado que acumulem na mente e acabem causando uma explosão. Uma mulher estressada precisa falar, mesmo que aparentemente não seja ouvida. É isso que o homem não entende: como a mulher confidencia um problema para a amiga e esta, em vez de lhe responder, a interrompe e conta o seu próprio problema? Parece que não ouviu a outra, mas mesmo assim as duas ficam aliviadas...

Por que a mulher enxerga sem olhar diretamente?
Porque tem visão periférica desenvolvida, muito mais ampla e eficiente que a do homem. A mulher pode ficar falando meia hora sobre tudo o que viu num bater de olhos. O homem que se cuide com essa visão periférica feminina, pois quando olha em tubo para alguém, a esposa percebe imediatamente o que está acontecendo e, sem desviar o olhar, sabe quem está no foco de atenção dele. E ele nem se toca que ela percebeu tudo.

Além desses questionamentos que são mais comuns, as mulheres muitas vezes não compreendem o seu desinteresse em alguns períodos com relação ao seu parceiro. Mas, o que é ainda mais angustiante é que o parceiro, muitas vezes, não compreende. Mulheres que estão na fase reprodutora, após o período fértil, entram na fase da progesterona.

É como o corpo se prepara para a maternidade. Nesse período, a mulher fica menos receptiva e pode até se tornar irritadiça, agressiva, depressiva e inchada. 

São explicações cientificas e que ajudam mulheres e homens a compreender melhor essas mudanças de humor e hormonais. Por isso, nesse período é necessário a prática de exercícios físicos para liberação da endorfina, o chamado hormônio do prazer.

Fonte: Jornal O Dia

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Prêmio ZUZU ANGEL


Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar

Quem é essa mulher
Que canta sempre esse lamento?
Só queria lembrar o tormento
Que fez o meu filho suspirar

Quem é essa mulher
Que canta sempre o mesmo arranjo?

Só queria agasalhar meu anjo
E deixar seu corpo descansar

Quem é essa mulher
Que canta como dobra um sino?
Queria cantar por meu menino
Que ele já não pode mais cantar
Quem é essa mulher
Que canta sempre esse estribilho?
Só queria embalar meu filho
Que mora na escuridão do mar
(Chico Buarque - Angélica)


O Partido Socialista Brasileiro (PSB-RJ), por intermédio de sua Secretaria Estadual de Mulheres e em sintonia com o sentimento de todos os seus militantes, decidiu homenagear as mulheres que, com amor e coragem, lutam pelo desenvolvimento nacional, a justiça social e a liberdade. Para marcar esta homenagem, a Secretaria de Mulheres instituiu um prêmio sob o título de Zuzu Angel, símbolo contemporâneo da coragem da mulher brasileira na luta contra a repressão e a ditadura militar. Quando denunciava a tortura e o assassinato de seu filho, Zuzu falava em nome de todas as mães brasileiras, com a força de Bárbara de Alencar e o amor de Ana Néri.
Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro
Palácio Tiradentes, às 18:30h, dia 30 de maio de 2012 (quarta-feira).


Saudações socialistas,
Regina Flores
Secretária Estadual de Mulheres do PSB-RJ

domingo, 13 de maio de 2012

A tal da Culpa Materna...


"Uma mulher não pode ganhar o sustento e criar os filhos ao mesmo tempo..."  Freud

Será que o Pai da Psicanálise tinha razão ?



Somos obrigadas a dar conta da administração do lar familiar, cujas atribuições muitas vezes delegamos às outras mulheres que as delegam às outras mulheres ou filhas, num movimento cíclico e contínuo dos resquícios do patriarcado marcado a ferro e fogo em nossa obsoleta e retrograda legislação civil. Pois, quem teve Rui Barbosa como jurista condecorado, não precisa dizer mais nada.

Voltando a questão da culpa, relembremos nossa cultura religiosa judaico-cristã, donde a representação da mulher deu-se, através de Madalena conceituada como prostituta. Pois, Maria, mãe do filho do Homem, era pura e casta exibindo José, apenas como provedor e meramente coadjuvante na representação paterna.

Séculos e séculos se passaram e as mulheres a passos lentos foram praticamente mendigando algum espaço na sociedade patriarcal. Ora, pois ! Nosso “Y” vem do pai, nos casamos com “Y” e damos a luz às vezes ao “Y”. Difícil situação, reivindicar nossos direitos estando cercadas do poder masculino, seja pelo pai, companheiro ou filho. Operários lutaram por seus direitos contra os patrões, negros lutaram por seus  direitos contra os brancos e, nós mulheres ? Temos que lutar contra nossos pais, maridos e filhos ?

Muita coisa mudou, vagarosamente, mas mesmo assim chegamos lá. Só que de contrapartida, amargamos um castigo pela ousadia de nos indignar em lutar pela liberdade. Continuamos ternas nas questões do amor e acabamos oferecendo o dedo anelar esquerdo para um grilhão disfarçado de comunhão. E, voltamos tudo de novo... Casamos, procriamos, trabalhamos em tripla jornada e quando o conto de fada se acaba, ficamos desamparadas criando sozinhas nossos filhos e lutando de sol a sol pela sobrevivência.

Levantamos todas as manhãs com o torturante despertador, administramos nosso lar com todos os incessantes afazeres domésticos, rumamos ao trabalho para colocarmos o pão à mesa, chegamos já cansadas na roda viva laborativa e o dia transcorre nesse zig-zag sempre com a culpa martelando por não estarmos tão presentes na vida de nossos filhos.