quinta-feira, 7 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher...

Considerando, as significativas mudanças da posição da Mulher na sociedade até o presente momento, ainda há muitas conquistas a serem alcançadas. Tendo em vista, que o modelo patriarcal continua no inconsciente e as fazem carregar o pesado fardo de criar e educar seus filhos, cumulando a árdua tarefa de sobrevivência no sistema capitalista.

Vale lembrar, que nesse sistema de consumo, incluindo o descarte de relacionamentos, em que a família está praticamente abolida, a Mulher recebeu uma liberdade subjetiva como se fosse uma sanção imposta pela quebra dos grilhões da outorga uxória. 

Não somente, a Mulher assumiu a função materna, como também a função de mercado, acumulando várias jornadas de trabalho. Com o agravante de perceber menos que os homens nas mesmas funções. 

Não obstante, temos as proletárias sob as consequências das conquistas trabalhistas, em que são lhes negado emprego em idade biologicamente fértil e em período de maternidade. Justamente, na fuga do empresariado em arcar com os direitos trabalhistas femininos, tais como: licença maternidade e a falta por justos motivos de saúde. 

Obviamente, essas variações se dão nas classes sociais e nos cargos públicos, bem como nas mulheres que optaram em não exercer a maternidade.

A nossa triste realidade, aponta para um alarmante descompasso junto ao Poder Judiciário em que muitas mulheres são obrigadas a recorrer a chancela do Estado mendigando alimentos, que lhe são na maioria das vezes negado ou deferidos desproporcionalmente para as responsabilidades assumidas, diante do divórcio. 

A Mulher, como bem aponta a feminista do século passado, Simone de Beauvoir, ainda é vista como um capital. 

Em que pese, a questão de gênero, cumpre lembrar que no sistema socialista a Mulher sem sombra de dúvida exerce seu papel na sociedade com respaldo e garantias fundamentais do Estado. Eis que, lhe é oferecido creches, educação integral dos filhos, moradia e segurança para exercer suas atividades profissionais. Assim, transcrevo com grifos meus, um brilhante texto publicado por Lênin, em 7 de março de 1920, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, do livro "O Socialismo e a Emancipação da Mulher"



"O capitalismo alia à igualdade puramente formal a desigualdade econômica e, portanto,  social. Essa é uma de suas características fundamentais hipocritamente dissimulada pelos defensores da burguesia, pelos liberais e não compreendida pelos democratas pequeno-burgueses. Dessa característica do capitalismo decorre, entre outras coisas, a necessidade, na luta decidida pela igualdade econômica, de reconhecer abertamente a desigualdade capitalista e, mesmo, em certas condições de colocar esse reconhecimento explicito da desigualdade na base do Estado proletário.

Mas, mesmo no que se refere à igualdade formal (igualdade diante da lei, a 'igualdade' entre o bem nutrido e o esfaimado, entre o possuidor e o espoliado), o capitalismo não pode dar prova de coerência. E uma das manifestações mais eloqüentes de sua incoerência é a desigualdade entre o homem e a mulher.

Nenhum Estado burguês, por mais progressista republicano e democrático que fosse, concedeu completa igualdade de direitos ao homem e à mulher.

Ao contrário, a República da Rússia Soviética varreu para sempre, de um só golpe, sem exceção, todos os resquícios das leis que colocavam os dois sexos em condições desiguais e garantiu imediatamente à mulher a igualdade jurídica mais completa.

Já se disse que o índice mais importante do progresso de um povo é a situação jurídica da mulher.(1*) Existe nessa fórmula um grão de profunda verdade. Desse ponto de vista, apenas a ditadura do proletariado, apenas o Estado socialista, podia alcançar e alcançou o grau mais avançado do progresso.

Por isso o novo impulso, de força sem precedentes, do movimento operário feminino está ligado à criação (e à consolidação) da primeira república dos sovietes e, ao mesmo tempo, da Internacional Comunista.

Aqueles a quem o capitalismo oprimia de modo direto ou indireto, total ou parcial, o regime dos sovietes — e apenas este regime — assegura a democracia. As condições da classe operária e dos camponeses mais pobres comprovam-no claramente. Comprovam-no claramente as condições da mulher.

Mas a regime dos sovietes é o instrumento da luta final, decisiva, pela abolição das classes, pela igualdade econômica e social. Não nos basta democracia, mesmo a democracia para os oprimidos pelo capitalismo, nestes se incluindo o sexo oprimido.

O movimento operário feminino propõe-se como tarefa principal a luta por conquistar para a mulher a igualdade econômica e social e não apenas igualdade formal. Fazer a mulher participar do trabalho social produtivo, arrancá-la da «escravidão doméstica», libertá-la do jugo degradante e humilhante, eterno e exclusivo do ambiente da cozinha e do quarto dos filhos: eis a principal tarefa.

Será uma luta prolongada porque exige a transformação radical da técnica social e dos costumes. Mas terminará com a vitória completa do comunismo." (O Dia Internacional da Mulher, V. I. Lênin, 7 de Março de 1920)

(1*) Alusão ao aforismo de Ch. Fourier: «O progresso social e as transformações periódicas ocorrem em virtude do progresso da mulher em direção à liberdade.» «. . . A extensão dos direitos da mulher é a base geral de todo progresso social.» 


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