sábado, 14 de julho de 2012

O mundo perdeu um pouco de suas cores...






"Espero alegre la salida - 
 y espero no volver jamás." 
 Frida Kahlo










''Piés para qué los quiero 
si tengo alas pa' volar''
Frida Kahlo











Há 58 anos, em 13 de julho do ano de 1958, o mundo perdia as intensas e berrantes cores que expressavam os sentimentos tórridos de Frida Kahlo

Com 47 anos, Frida faleceu no México na cidade de Coyoacán deixando em seu diário as últimas palavras: "Espero alegre a saída - e espero nunca mais voltar". Dado o teor do desabafo ficaram dúvidas sobre sua morte, apesar da causa oficial por embolia pulmonar. Eis que, por várias vezes tentara o suicido. 





''(E o que mais dói) é viver num corpo que é um sepulcro que nos aprisiona (segundo Platão) do mesmo modo como a concha aprisiona a ostra.''





Em 1953, Frida teve a perna direita amputada até a altura do joelho. Registrando em seu diário, o desenho da perna amputada como uma coluna rodeada de espinhos, com a seguinte frase: ''Para que preciso de pés quando tenho asas para voar ?''. Assim, desabafou todo seu cansaço do intenso sofrimento em dizer:

''Amputaram-me a perna há 6 meses, deram-me séculos de tortura e há momentos em que quase perco a razão. Continuo a querer me matar. O Diego é que me impede de o fazer, pois a minha vaidade faz-me pensar que sentiria a minha falta. Ele disse-me isso e eu acreditei. Mas nunca sofri tanto em toda a minha vida.Vou esperar mais um pouco...''

Uma das mais polêmicas artistas da época, por conta de sua posição política e sexual, viveu um casamento intensamente conturbado com Diego Rivera pelas inúmeras infidelidades do marido, das quais inclui a irmã de Frida. Seu sofrimento foi expressado ao marido, através da afirmativa: ''Acho que é melhor nos separarmos e eu ir tocar minha música em outro lugar com todos os meus preconceitos burgueses de fidelidade''. Entretanto, ela chegou a ter um romance com o líder revolucionário soviético Leon Trotsky.


"Diego, houve dois grandes acidentes na minha vida: o bonde e vc. Vc sem dúvida foi o pior deles."

''Ele leva uma vida plena, sem o vazio da minha. Não tenho nada porque não o tenho.''

''Diego está na minha urina, na minha boca, no meu coração, na minha loucura, no meu sono, nas paisagens, na comida, no metal, na doença, na imaginação.''




Na infância Frida adquiriu poliomielite aos 6 anos de idade que quase a deixou paralítica e aos 18 anos sofreu o pior acidente que marcaria sua vida para sempre. Quando conduzida pelo ônibus ao trajeto da escola veio a chocar-se  com um bonde, sendo vítima de perfurações na vagina, útero e estômago por ferragens. 

Diante disto, Frida foi submetida a 35 cirurgias e para correção da lesão na coluna vertebral utilizou um colete permanente, além de um método terapêutico que consistia ficar pendurada de cabeça para baixo.

''Algum tempo atrás, talvez uns dias, eu era uma moça caminhando por um mundo de cores, com formas claras e tangíveis. Tudo era misterioso e havia algo oculto; adivinhar-lhe a natureza era um jogo para mim. Se você soubesse como é terrível obter o conhecimento de repente - como um relâmpago iluminado a Terra! Agora, vivo num planeta dolorido, transparente como gelo. É como se houvesse aprendido tudo de uma vez, numa questão de segundos. Minhas amigas e colegas tornaram-se mulheres lentamente. Eu envelheci em instantes e agora tudo está embotado e plano. Sei que não há nada escondido; se houvesse, eu veria.''

Sua arte transpõe a sensibilidade de uma mulher marcada por um drama pessoal trágico pintado nas telas de seus quadros, o sofrimento vivido pelas dores físicas e emocionais pelo amor. Registrou suas dores como obras A Coluna e os Auto-retratos. 




''Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar.''

"Eu sou a desintegração."





''Pinto a mim mesmo porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.''








''Pintar completou minha vida. Perdi três filhos e uma série de outras coisas, que teriam preenchido minha vida pavorosa. Minha pintura tomou o lugar de tudo isso. Creio que trabalhar é o melhor.''








''Origem das duas Fridas. Recordação. Devia ter 6 anos quando vivi intensamente a amizade imaginária com uma menina de minha idade. (...) Não me lembro de sua imagem, nem de sua cor. Porém sei que era alegre e ria muito. Sem sons. Era ágil e dançava como se não tivesse nenhum peso. Eu a seguia em todos os seus movimentos e contava para ela, enquanto ela dançava, meus problemas secretos. Quais? Não me lembro. Porém ela sabia, por minha voz, de todas as minhas coisas...''



 


"Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade."





''Meu pai foi para mim um grande exemplo de ternura, de trabalho... e acima de tudo de compreensão de todos os meus problemas.''


''Toda esta raiva simplesmente me fez compreender melhor que eu o amo mais do que a minha própria pele, e que, embora você não me ame tanto assim, pelo menos me ama um pouquinho - não é? Se isto não for verdade, sempre terei a esperança de que possa ser, e isso me basta...''



''E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo.''




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