quarta-feira, 13 de junho de 2012

A importância da Arte no sistema prisional.




Considerando que o nosso sistema penal se baseia na recuperação do apenado objetivando a reintegração à sociedade, a atividade de arteterapia  é de suma importância neste sistema. Assim, como tantas outras atividades.

Vale lembrar, que todos os presos cubanos têm direito à educação enquanto cumprem pena, além de tantas outras atividades. Numa forma, ativa de incentivo do Estado em efetiva reintegração à sociedade.

Nos meus anos em que cursei a universidade, na cadeira de direito, fiz estágios em delegacias e presídios, observando a total degradação do nosso sistema prisional. Sistema este, sem a menor possibilidade de recuperar qualquer preso, muito pelo contrário, diante das condições sub-humanas ali existentes naquele verdadeiro inferno ninguém sairia recuperado. 

O descaso do maldito sistema perverso, além de total abandono, ainda existia muitos presos com penas já cumpridas em delegacias, sem que tenham sido julgados. E, graças ao incentivo do Dr. Nilo Batista aconteceu o mutirão da liberdade à esses presos cumprindo excessivamente penas. Comprovando o total descaso do Estado e a injustiça patente.

O sistema prisional brasileiro segue o modelo do sistema francês, em que o filósofo Michel Foulcault traz à baila em "Vigiar e Punir".

“Todas as violências e arbitrariedades são possíveis na prisão, mesmo que a lei diga o contrário, porque a sociedade não só tolera, mas exige que o delinqüente sofra”. 

Abaixo segue uma iniciativa que talvez, seja o início de uma política humanista de recuperação prisional. 

Aberta a II Exposição de Arte Prisional no TJ do Rio 




Notícia publicada em 12/06/2012 em http://portaltj.tjrj.jus.br

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Manuel Alberto Rebêlo dos Santos, participou nesta terça-feira, dia 12, da abertura da “II Exposição de Arte Prisional – Arte: Um corpo limitado, um olhar sem limites”. A mostra, que reúne 80 telas num total de 200 peças de artesanato produzidas por detentos do sistema prisional do Estado, é organizada pelo Judiciário fluminense, Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e Fundação Santa Cabrini, com a coordenação do juiz Carlos Augusto Borges, auxiliar da Presidência do TJRJ e titular da Vara de Execuções Penais (VEP). 

Em seu discurso na solenidade de abertura, o presidente Manoel Alberto declarou que o seu gabinete está sempre de portas abertas e solicitou que os artistas responsáveis pela confecção das obras possam vir verificar como o trabalho deles está sendo bem avaliado. “Esse evento é resultado de uma proposta de união entre os poderes, a sociedade e as instituições. Uma demonstração de que o Tribunal de Justiça está aberto para eles”, declarou. 

O juiz Carlos Borges falou sobre a importância da realização desse trabalho nas prisões. “O objetivo principal é o de fomentar a arte no interior das unidades prisionais, pois, levando-a extramuros, servirá como estímulo para que outros desenvolvam um dom que sequer imaginavam possuir”, disse. É a segunda vez que TJRJ sedia a Feira de Arte, a primeira oportunidade foi em 2010. 

A cerimônia de abertura também contou com a presença dos juízes auxiliares da Presidência Sandro Pitthan Spindola, Luciana Losada Albuquerque Lopes; dos juízes da Vara de Execuções Penais Ana Paula Abreu Filgueiras, Roberta Barrouin Carvalho de Souza e Juliana Benevides de Barros; do coronel da PM Ipurinan Calixto Nery, subsecretário de Estado de Administração Penitenciária; do subcoordenador do Núcleo do Sistema Penitenciário, Alexandre Inglêz de Souza; do defensor público geral do Estado, Nilson Bruno; do coronel PM Sérgio Dumont Patrizi, subsecretário adjunto de Infraestrutura da Seap; e de José Orlando Ribeiro, presidente da Fundação Santa Cabrini.   

O coronel Calixto falou da satisfação em realizar a exposição e da possibilidade de trazê-la para fora do sistema penitenciário, agradecendo a colaboração do Tribunal de Justiça do Rio para que isso ocorra. “É um momento de gratidão e de muita satisfação da Seap, quando nós podemos trazer para o mundo externo todo esse trabalho que é desenvolvido nas nossas unidades prisionais”, enfatizou.

 O principal expositor do evento, Manoelzinho Di Xerém, 63 anos, ex-presidiário e atualmente funcionário da Seap e um dos responsáveis pelo trabalho, é professor de pintura dos cerca de 150 artistas participantes da exposição, pois, desde 1995, tem ministrado aulas e oficinas de arte como voluntário em diversos presídios. 

“É um sonho realizado. Minha maior satisfação é conseguir levar a mensagem de que o crime não compensa para os internos. Esse projeto é uma forma de valorizar os presos, de dar a eles oportunidades, é um meio de resocializá-los e de reinseri-los na sociedade”, falou.   

A exposição acontece até o próximo dia 19, entre 11h e 18h, no Foyer do TJRJ, localizado na Av. Erasmo Braga 115 / 10º andar, no Centro do Rio

Fonte: Tribunal de Justiça do RJ

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