Rio indeniza torturados em cerimônia com presença de Wadih
Da redação da Tribuna do Advogado
27/04/2011 - Mais um passo rumo ao aperfeiçoamento da democracia brasileira. Assim o presidente da OAB/RJ, Wadih Damous, classificou o ato de reparação aos presos políticos que foram detidos e torturados por agentes da ditadura militar no Rio. O evento foi realizado na manhã desta quarta-feira, dia 27, no Arquivo Nacional.
Na cerimônia, uma indenização de R$ 20 mil foi entregue, após um processo de análise da Comissão Especial de Reparação do Estado, a cada um dos 160 anistiados submetidos a tortura entre 1º de abril de 1964 e 15 de agosto de 1979, e que ficaram, em algum momento, sob a responsabilidade ou guarda dos órgãos públicos do Rio de Janeiro.
Um deles é Colombo Vieira de Souza, que representou os presos políticos na mesa do evento. Ele declarou não se sentir homenageado, mas honrado com o ato, uma vez que não se considera uma vítima, e sim, um "combatente pela democracia do país".
Também presente ao ato, o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária da OAB/RJ e membro da Comissão de Reparação, Marcelo Chalréo, ressaltou a importância do evento como um registro histórico para as novas gerações: "Além da questão material, que é simbólica, o mais importante é o Estado reconhecer publicamente que essas pessoas foram vitimadas".
Wadih representou a OAB/RJ na mesa da cerimônia, que contou também com o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Rodrigo Neves; o secretário Executivo de Direitos Humanos da República, André Lázaro; a Procuradora-Geral do Estado do Rio de Janeiro, Lucia Lea Tavares; o Subprocurador-Geral de Justiça de Direitos Humanos e Terceiro Setor do Ministério Público do RJ, Leonardo de Souza Chaves; o Subsecretário estadual de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos, Antônio Carlos Biscaia e o Diretor-Geral do Arquivo Nacional, Jaime Antunes da Silva.
Fonte: http://www.oab-rj.org.br/
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Em brilhante discurso, Colombo Vieira de Souza, membro da Rede Democratica, representou os ex-presos políticos que ainda trazem as marcas do passado de luta e combate à Ditadura. Independente do juízo de valor ao quantum da indenização atribuída aos anistiados, o importante é o reconhecimento do Estado do Rio de Janeiro como responsável das violações aos direitos humanos.
Colombro trouxe à baila a questão do imóvel onde funcionou o DOPS, que encontra-se em ruína e já fora desapropriado anteriormente pelo governo do Estado na gestão do então Governador Antony Garotinho e, ainda está indisponível para o projeto de memorial histórico dos crimes de tortura cometidos pelo referido órgão.
Importante ainda destacar, a participação da OAB/RJ em Campanha pela Memória e pela Verdade, conforme matéria supra publicada.
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