quarta-feira, 23 de março de 2011

A Paixão se vai... Será que fica o Amor ?


     A paixão, desmedida, desenfreada, efêmera, insiste em aparecer
     para aquecer a morbidade dos sentimentos tépidos.
     Sua vinda extrema é capaz de impulsionar a ousadia.
     Aprisiona o objeto do desejo num turbilhão ávido de satisfação.
     Possessiva, não enxerga o horizonte.
     Mas, assim como vem é volátil e finita.
    Tão logo se vai a emoção passional, de repente vem à calmaria.

    Na tranqüilidade chega o amor que deve ser imbuído de afeto e segurança.
    São nossas almas em sintonia constante almejando a satisfação.
    Caminhamos unidos, compartilhando nossa existência.
    A paz finalmente é eternizada.
    Mas, a vida nos prega peças e a cada obstáculo precisamos estar de mãos dadas.
    Se nos foge o afeto e a amizade se perde, vem a dolorosa solidão.
    Desgastada a plenitude o regozijo se foi, trazendo a dor e o sofrimento.

    Basta!

    Novamente, ávidos de amor procuramos desesperadamente a paixão.
    E, nesse moto-contínuo buscamos a essência da existência, o amor!
    Que é capaz de lamber as feridas abertas e cicatrizar a chagas da alma.
    Só quem ama é infinito.


Tenho visto muitos casais depois de muitos anos de relacionamento, seja pelo casamento ou por união estável, se separarem ou dissolverem a união alegando o término do Amor. Seja porque o relacionamento se desgastou diante do cotidiano, por problemas financeiros, pela queda hormonal espaçando a atividade sexual ou pela infidelidade na busca da Paixão.

Para minha surpresa, ouvi vários relatos de mulheres entre as faixas etárias dos 40 a 50 anos apontarem como uma das causas da infidelidade de seus parceiros as constantes cobranças sexuais ligadas às perversões buscadas fora do relacionamento. Em que Freud as aponta em sua obra “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade”.

A Paixão tem prazo de validade, mas o Amor necessita de lealdade e comunhão. Para Aristóteles, o Amor consistia em conhecimento mútuo e benevolência recíproca. O que geralmente deveria consistir nessas uniões duradouras.

Estatisticamente, considerando as informações apontadas pela advogada, Dra. Maria Berenice Dias, 70,6% dos homens confessam ter traído pelo menos uma vez na vida; O índice de infidelidade feminino é de 56,4%; a infidelidade masculina tem maior incidência na faixa etária entre 51 e 60 anos; a feminina, entre os 41 e 50 anos;   9,3% das pessoas sexualmente ativas pratica sexo “causal”, ou seja, tem mais de 5 parceiros por ano; 36,8% dos homens e 18,5% das mulheres casados ou vivendo em união estável tiveram um parceiro eventual nos últimos 12 meses; para 79,8% dos homens, fazer sexo é tão importante quanto respirar ou ter fonte de renda segura.

Segundo Lacan, o homem faz distinção entre a mulher para amar e a mulher para gozar. Assim, como também aponta que o amor vem da falta, daí dizer que “Amar é dar o que não se tem para alguém que não quer”.

Mesmo assim, as pessoas continuam na eterna busca de preencher a falta e o vazio da solidão, a procura do amor, através do casamento ou das uniões estáveis. Entretanto, além do amor é necessário afeto, carinho e companheirismo. 


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